O Sertão das Carrancas era uma região que hoje abrangeria vários municípios do sul de Minas Gerais. São eles: Carrancas como centro, Minduri, São Vicente de Minas, Madre Deus de Minas, Itutinga, Itumirin, Ingaí, Bom Sucesso, Lavras, Luminárias e São Tomé das Letras.Essa região possui serras que chegam a mais de 1500 metros de altitude. Tem rios importantes como: rio Grande, rio Capivari, rio das Mortes, rio Aiuruoca, rio Pitangueiras, rio Ingaí e etc. A temperatura varia entre 0º e 35º, podendo variar para mais ou menos dependendo do local analisado. A sensação térmica no inverno pode chegar abaixo de zero nas zonas mais frias.As serras são belíssimas, com muitos picos e escarpas. Estas chegam a ter mais de 150 metros de paredão. Rochas de quartzitos, arenito e magmáticas são muito encontradas na região. Pedras ferro e de laje serviram para fazerem muros e alicerces na região.Esse sertão também possui muita água de qualidade. Água cristalina e belíssimas cachoeiras.A vegetação é de mata atlântica, cerrado, matas ciliares, campos e campos de altitude. Madeira de altíssima qualidade era farta na época como: jacarandá rosa, aroeira, candeia, óleo bálsamo, pombeiro, cedro, pinheiro e etc.A fauna é riquíssima, possuindo diversas espécies algumas endêmicas: capivara, paca, jacu, jacutinga, perdiz, pombas, paturi, veado campeiro, seriema, onça parda e pintada, jaguatirica, irara, lontra, macacos e sagüis, vários peixeis como: dourado, lambari, piau, tubarana, mandi, bagre, capinheiro, curimba, pirapitinga, traíra, cascudo e etc.As terras são muito boas para plantar e criar animais. O único problema que o agro pecuarista enfrenta é a forte seca do inverno, chegando a ficar quase seis meses sem chuva.Vários casos e lendas aconteceram nessa região durante esses 300 anos de história. Guerras como a dos Emboabas, revoltas como a dos escravos, vinganças como a do Januário Garcia, prosperidade como a dos bandeirantes, riquezas como a dos grandes fazendeiros, assombrações como a do cachorro com a boca vermelha, mitos, lembranças, recordações e histórias inexplicáveis como as luzes do céu.
Olá Gustavo Henrique! Parabens pelo trabalho sobre Carrancas e região! Gostei muito, principalmente da história de Januário Garcia, que minha avó já contava. Peço-lhe permissão para fazer uma observação: Antes da construção do pouso em Carrancas e antes também da passagem pelo Porto do Saco, a Bandeira de Fernão Dias através do vanguardeiro Matias Cardoso, fundou o pouso de Ibituruna (em 1673).Só em fins dos 16oo é que se criou o atalho, partindo de Cruzília (ou Cruzílha), passando por Carrancas.Aí, atingia-se o Porto do Saco, cujo movimento foi muito intenso. Abraços. Pompéia.
ResponderExcluirFoi legal encontrar esse Blog!
ResponderExcluirTambém sou Auxiliar de Biblioteca em BH e apaixonada pela cultura mineira.
Parabéns pelo seu trabalho!
O caminho exato do Fernão Dias é difícil de saber, mas Carrancas e Ibiturura uns dos povoados mais antigos da Região. Obrigado Stela, se tiver novidades entre em contato comigo.
ResponderExcluirPrezado Gustavo,
ResponderExcluirRecebi o endereço de seu blog através de um irmão meu que
mora em BH. Sou de SJDRei e toda minha família sempre gostou
de contar e recontar numerosos "causos" a noitinha. Era muito
bom... Hj tudo mudou, mas, visualizar tal blog é como ter um
belo exemplo da infância que tive aqui.
Parabéns pelo belo trabalho.
Rafael Braga
P.S.- Porque não foi postado o caso do "Paulino" tão famoso aí
em Carrancas...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirGustavo, com certeza, temos algum parentesco que se origina nas Três Ilhoas, da genealogia de José Guimarães. Julia Maria da Caridade que construiu a capela do Saco em Carrancas, a matriarca das famílias Ribeiro, Teixeira, Guimarães e dos Garcias. Existe um livro chamado Jurisdição dos Capitães de Marcos Paulo de Souza Miranda - Editora Del Rey. Marcos Paulo é promotor de Justiça do Estado de Minas Gerais e fez um estudo histórico sobre a história de Januário Garcia Leal. Ele não pode ser reconhecido como facínora e bandido. O assassinato de seu irmão, João Garcia Leal, sim, bárbárie inacreditável. Capturado em emboscada por sete irmãos covardes. Foi amarrado em uma figueira e sua pele foi retirada do corpo estando João Garcia Leal vivo. Veio a falecer por hemorragia.Sua pele foi esticada em bambus como couro de boi. Isto está parcialmente relatado na internet no site de São Bento do Abade MG. Consulte o livro, pois a História é interessante. Januário Garcia era Capitão Mor, cargo equivalente a delegado de polícia. Após a morte do irmão Januário Garcia procurou a Justiça em São João Del Rey. Isto aconteceu uma ou duas décadas após o movimento inconfidente. Como a justiça da Coroa não tomou providência, Januário tomou frente na justiça e procurou os assassinos de seu irmão por quase uma década. Matou à todos e cortava-lhes a orelha direita e as enfiava num cordão. Nunca matou para roubar, para descumprir a Leis. Como o desembargador Guido de Andrade comentou no prefácio do livro "onde a justiça falha, novos opções se fazem para se cumprir as regras sociais". Januário Garcia morreu idoso em Lages Santa Catarina, devido á um acidente.
ResponderExcluirAbraço
Saudações
Ricardo Ribeiro Romeiro